quinta-feira

20 de novembro de 2007 - São Paulo - Afro-brasileiros exigem fim do regime de apartheid!




São Paulo – Brasil - Os números evidenciam o racismo e o regime de apartheid, na América do Sul. No Brasil, por exemplo, de quase 5 mil municípios, apenas 267 oficializaram o feriado de 20 de novembro, em reconhecimento ao herói nacioanl, Zumbi dos Palmares.A institucionalização do feriado, em 20 de novembro, dia em que os portugueses assassinaram, em 1695, o líder de Quilombo dos Palmares, principal foco de resistência ao projeto genocida da escravidão, não chega nem a 5 por cento da totalidade dos municipios brasileiros. Entre outras, as cidades que que adotaram a data como feriado estão: União dos Palmares (AL), Manaus (AM), Flores de Goiás (GO), Itapecerica (MG), Cuiabá (MT), Marabá (PA), Dona Inês (PB), Macaparana (PE), Rio de Janeiro (RJ), Vilhena (RO), Pacatuba (SE) e São Paulo (SP). No Amazonas, somente há 4 anos, se movimenta a Semana da Consciência Negra. As atividades são desenvolvidas de forma coletiva por entidades representadas no Fórum Permanente de Afro-Descendentes do estado (Fopaam), que reúne cerca de 25 instituições. O Movimento Negro de São Paulo realizou, contudo, o maior ato anti-racista do País. Mais de 12 mil militantes e ativistas de centenas de organizações enegreceram a corredor financeiro da cidade, a Avenida Paulista. (Corredor cultural e financeiro e um dos principais centros econômicos da América Latina, a avenida Paulista reúne 11 sedes de bancos e 29 agências bancárias. Circulam por ela diariamente cerca de 1,5 milhão de pessoas e 100 mil veículos).



























Nos cerca de 2, 7 km de extensão do maior centro finaceiro da América Latina, centenas de organizações e entidades políticas, divididas em 20 alas (modelo do desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) ) exibiram seus trios-elétricos (estrutura da cultura da Bahia) denúncias contra a pobreza e a miséria que massacram a maioria da população: os negros. A marcha culminou com shows de capoeira, afoxé, e a bateria da Escola de Samba, Leandro de Itaquera, na Praça Ramos de Azevedo, às 22 horas. A manisfestação, porém, durou todo o dia. A concentração foi no vão central do Museu de Arte de São Paulo, às 10 horas da manhã. A discussão em torno da reparação do povo negro foi um dos destaques da marcha. - Em quase 200 milhões brasileiros, somos mais de 70% de afro-descendentes. A maior parte do nosso povo preto está nas penitenciárias, nos hospícios, nas favelas, nos guetos” . A afirmação é do Dr. Marco Antonio Zito, Presidente da Comissão e Assuntos anti-discriminatórios da Ordem dos Advogados do Estado de São Paulo. Dr. Umberto Adami, advogado do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Presidente) completa: -No Brasil, a quase totalidade dos afrodescendentes vivem à margem do processo produtivo. Não há espaço no mercado de trabalho, nos sistemas educacional, habitacional e de saúde. Lutamos contra este apartheid brasileiro. Depois de 300 anos de escravidão, nosso povo preto exige reparação já! Reparação Já, exige também Dojival Vieira. Coordenador da 2ª PARADA NEGRA do Movimento Brasil Afirmativo. "Somos um movimento de articulação das lideranças negras cuja luta prioriza políticas públicas para diminuir o abismo social e racial.Lutamos pelas ações afirmativas, cotas e, claro, acerto da monstruosa dívida que o Brasil tem com o povo negro. Reparação é uma bandeira irreversível". Segundo, Vieira, O Movimento Brasil Afirmativo dispôe de núcleos em Belo Horizonte, Salvador, Distrito Federal, Goiânia e Rio de Janeiro.