domingo

Economia Solidária resgata arte afro-descendente (ASN)




Por Adenilton Cerqueira


Ação do Sebrae/BA e do Banco do Brasil também contempla, em projeto-piloto, cultura de terreiros e quilombos baianos.
Uma iniciativa que alia inclusão social à valorização da arte e da cultura da Bahia. O Projeto de Empreendedores da Economia Solidária, desenvolvido pelo Sebrae na Bahia desde 2006 em parceria com o Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil, promove o trabalho de 14 cooperativas e associações localizadas principalmente no Bairro da Paz, em Salvador. O Sebrae/BA também começou um projeto com 200 terreiros e quilombos para geração de emprego e renda para estas comunidades.
“Nossa meta é promover o desenvolvimento no sentido mais amplo, para melhorar o quadro social em que essas pessoas vivem e formar uma grande rede sustentável de economia solidária com qualidade na produção para chegar ao mercado”, explica Dimara Dantas, gestora local do projeto. O ‘Empreendedores da Economia Solidária’ faz parte da Carteira de Comércio do Sebrae/BA.
O projeto trabalha com associações de diversos ramos. A Cooperativa Semente da Paz produz peças de artesanato a partir de material reciclado como papel jornal. A Cultura Artes e Percussão (CAP) cria instrumentos musicais de percussão como berimbau, pau-de-chuva e surdo. A Cooperativa NOVODENOVO constrói móveis como poltronas e pufs com garrafas PET. A Cooperativa Raízes do Povo de Israel (COOPRPI) é formada por mulheres que costuram e bordam bolsas.
O programa leva capacitação em gestão empresarial às associações e cooperativas participantes. Também promove os produtos criados por estes artesãos e artistas em desfiles de moda e feiras. As cooperativas de economia solidária apoiadas pelo Sebrae puderam mostrar um pouco de seu trabalho na Feira do Empreendedor de Salvador.
Quando alguém compra um dos produtos apoiados pelo projeto recebe um cartão que traz uma sinopse sobre a cooperativa que criou aquele artigo junto com os contatos como telefone, endereço e e-mail. “Os produtos que trabalhamos não são comerciais. Eles agregam um valor social e trazem junto uma história de vida cheia de luta”, afirma Dimara Dantas.
Indumentárias
O Sebrae/BA incluiu no Projeto Empreendedores da Economia Solidária 200 terreiros e quilombos baianos. A ação acontece em caráter piloto. Dimara Dantas informa que a intenção do Sebrae é atingir futuramente um universo de 1,2 mil quilombos e terreiros. A iniciativa estabelece parceria com a Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu).
O Sebrae/BA decidiu iniciar o projeto depois de ser procurado pelos representantes dos quilombos e terreiros. “Muitas dessas pessoas, como os pais de santo, estão passando necessidade”, revela a gestora.
As comunidades que vivem nos terreiros mantêm uma rica produção cultural e religiosa de peças artesanais, como bonecos que simbolizam os orixás, e indumentárias para os rituais de candomblé, como roupas, coroas, braceletes e colares. Mesmo assim não sobrevivem de seu ofício. “Por não terem um perfil empreendedor, os artesãos não conseguem se auto-sustentar. O Sebrae quer passar para eles noções importantes da gestão de um negócio, como a formação de preços”, explica Dimara Dantas.
Ex-membro da Timbalada, Luís Augusto comanda a entidade Cultura, Artes e Percussão (CAP). Junto com oito jovens trabalha com 50 meninos do Bairro da Paz. Eles fabricam seus instrumentos para geração de renda e uso próprio em apresentações. Luís agradece o apoio que tem recebido com o Projeto Empreendedores da Economia Solidária. “O Sebrae está nos mostrando como entrar no mundo dos negócios por meio da arte e da cultura”, diz.
A costureira Áurea Barreto, do Centro de Caboclo Sultão dos Matos, também elogia o apoio do Sebrae. “Estamos tendo a oportunidade de mostrar os nossos produtos”, afirma. “Nos eventos em que o Sebrae nos leva, nos aproximamos do público”, conta Leonice Jesus da Silva, que costura e borda com palha da costa, material que vem da África.
“Ganhei um apoio importante para caminhar com meus próprios passos”, comenta Jadson Dias, artesão que, a partir de materiais como cobre, lata e latão, cria braceletes e outros artefatos para rituais de candomblé.


Serviço:

Sebrae/BA - (71) 3320-4300

Moda Afro Cidadã/Associação do Lobato – (71) 3218-6967

Colibris Calçados – Artefatos de Couro – (71) 8124-8672

Cooperativa de Catadores e Reciclagem de Resíduos Sólidos e Agentes Ambientalistas do Bairro da Paz (Cooperpaz) – (71) 9931-6842

Cooperativa Raízes do Povo de Israel (COOPRPI) – (71) 3392-3774

Cooperativa de Produtos e Serviços para a Construção Civil (CPS) – (71) 3368-0476

Cooperativa NOVODENOVO – (71) 3621-1692 / 9902-6395

Cultura, Artes e Percussão (CAP) – (71) 8853-3661 e (71) 3368-2609

Cooperativa Semente da Paz – Artesanato em Papel Jornal e Outros Materiais Reciclados – (71) 4151-5138 / 9103-7058

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