quinta-feira

Fleches do Carnaval 2008

Por Adenilton Cerqueira
UMA BICICLETA com duas caixas acústicas foi tudo o que o Bloco dos Primos precisou para se reunir e desfilar numa algazarra criativa. Nas costas de cada componente, a estampa de uma função específica na agremiação: cordeiro, cordeiro estagiário, peru dos primos, segurança, médico e serviços gerais. Todos em volta de um carrinho de supermercado com um isopor em cima e uma placa: OPEN BAR.


NO EMBALO de um minitrio pouco maior que uma bicicleta, 20 marmanjos trajados de Capitão Nascimento desfilaram na avenida, na tarde de sábado, cheios de amor pra dar. Com boinas militares, bermudas camufladas e um repertório de doer, o Trepa de Elite, cheio de autoconfiança, tentou arregimentar algumas soldadas de gargalhadas mais afoitas. “Se não agüentar, pede pra sair!”.


NUMA ESQUINA do Campo Grande, a jovem Bruna Abade, de Guanambi, encontrou o seu jeitinho bacana de garantir uns trocados. Sentada num banquinho de plástico, com estojo de maquilagem à base de guache, ela ofereceu o serviço de “pinturinha” facial aos foliões mirins. Numa folha de ofício, o cardápio com 12 opções e os preços: Entre R$2 e R$3. Nada mal.


A CADA ano parece que as coisas pioram em termos de poluição visual. Fotógrafos e cinegrafistas que o digam, na tentativa de produzir imagens que fujam das cataporas de patrocínio salpicadas entre os foliões. Este ano, além da multiplicação dos balões, inventaram uns cacetetes infláveis e os distribuíram aos milhares. É o preço da superexposição da festa.


NA LATERAL do circuito oficial (Campo Grande), as árvores foram feitas de camarote. Os pontos de poda viraram assentos e os galhos mais proeminentes foram confundidos com trampolins. É que na passagem de Ivete Sangalo com o bloco Coruja, no domingo, um dos espectadores herbais quase se atirou para cima do trio.


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